A ti, infinita face, chão semeado
onde ceifa o pincel, resume, amassa
e onde entre cor, luzes e sombras, passa
de mar radioso a um tempo então nublado.
A ti, poço e coberta, onde assomado
medita, vem e vai, mede, compassa;
fronte na mão pousada que ultrapassa
teu ver de Polifemo enamorado.
A ti, asa redonda, leque, escudo,
espelho que ao vestir queda desnudo
a superfície novamente pura.
Em ti a visão se apura assim que nasce.
Teu firmamento o arco-íris pasce,
A ti, leito e cadinho da Pintura.