sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ansel-adams

Mário de Sá-Carneiro Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

daniel-senise levitação

A lição de Guitarra (1934) - Balthus

A lição de Guitarra (1934)

A obra mais polémica de Balthus. Foi apresentada em 1934 numa exposição da Galeria Pierre Loeb em Paris,mas numa sala à parte, um pouco afastada do percurso da galeria. Só reapareceu em público em 1977 na Galeria Pierre Matisse em Nova Iorque. O puritanismo anglo-saxão obrigou o jornalista Tom Hesse a desculpar-se por não poder reproduzi-la , devido à intensidade da sua imagem, para ilustrar o artigo que sobre esta obra escreveu na revista New York. Mais tarde ao rever a obra o jornalista declarou que a Lição de Guitarra, sustentada por um excepcional domínio pictórico, era, sem sombra de dúvida, um dos grandes clássicos do século XX mas teremos de esperar outros tempos mais tolerantes para que volte a aparecer. Em 1984, meio século depois de ter sido exposta pela primeira vez, a obra foi proibida de fazer parte da restrospectiva Balthus no Centre Georges Pompidou e no Museum of Modern Art de Nova Iorque. O organizador da exposição explicou no catálogo a ausência da Lição de Guitarra por motivos que não partilhava inteiramente mas que mostravam até que ponto, cinquenta anos depois de ser pintada, a obra ainda incomodava e perturbava. Felizmente a Lição de Guitarra acabou por reaparecer em 2001 na retrospectiva Balthus no Pallazo Grassi de Veneza.

Fonte: Balthus de Giles Lerét (adaptado)

Celmins BigSea (Pintura)

Beirut - Postcards From Italy

Tom Waits

A HISTÓRIA DA MORAL (Alexandre O' Neill- 1924-1986)


Você tem-me cavalgado,
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.


poema de Martin Niemöller

Um dia vieram e levaram o meu vizinho que era judeu
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram um vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia, vieram e levaram um amigo católico.
Como não sou católico, nem me incomodei.

No ultimo dia vieram e levaram-me
Já não havia mais ninguem para reclamar...