sábado, 31 de outubro de 2009
António Osório - Sonho
Gostaria me sonhasses
vento sobre flor;
espiga de outro sono,
bolbo de outra vida.
Gostaria me encontrasses
ave caída;
e lhe desses depois
o voo de outros séculos.
vento sobre flor;
espiga de outro sono,
bolbo de outra vida.
Gostaria me encontrasses
ave caída;
e lhe desses depois
o voo de outros séculos.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Enrique Bunbury - Canto el mismo dolor (poema)
Canto porque me levanto siempre con las mismas penas,
con las heridas abiertas que siguen sin cicatrizar.
Vago por las veredas, por desiertos, por la selva,
surcando los anchos mares, hacia ningún lugar.
Canto porque me canso de dar explicaciones,
no tengo soluciones, ¿para qué tanto preguntar?
Salto de cama en cama, de boca a boca, de falda en falda.
No vuelvo por donde vine, nunca miro hacia atrás.
Y no hay mejor ni peor, pues con la gente que tropiezo,
sufren del mismo dolor, están igual, el mismo dolor.
No hay mejor ni peor, si estás quieto o en movimiento,
sufres el mismo dolor, estás igual, el mismo dolor.
Canto porque me harto de lugares concurridos,
de esquemas aburridos para conseguir seguridad.
Parto de aquí a otro lado, crías cuervos, y te comen los ojos luego.
Canto porque me levanto, siempre con las mismas penas.
Y no hay mejor ni peor, pues con la gente que tropiezo,
sufren del mismo dolor, están igual, el mismo dolor.
No hay mejor ni peor, si estás quieto o en movimiento,
sufres el mismo dolor, estás igual, el mismo dolor.
con las heridas abiertas que siguen sin cicatrizar.
Vago por las veredas, por desiertos, por la selva,
surcando los anchos mares, hacia ningún lugar.
Canto porque me canso de dar explicaciones,
no tengo soluciones, ¿para qué tanto preguntar?
Salto de cama en cama, de boca a boca, de falda en falda.
No vuelvo por donde vine, nunca miro hacia atrás.
Y no hay mejor ni peor, pues con la gente que tropiezo,
sufren del mismo dolor, están igual, el mismo dolor.
No hay mejor ni peor, si estás quieto o en movimiento,
sufres el mismo dolor, estás igual, el mismo dolor.
Canto porque me harto de lugares concurridos,
de esquemas aburridos para conseguir seguridad.
Parto de aquí a otro lado, crías cuervos, y te comen los ojos luego.
Canto porque me levanto, siempre con las mismas penas.
Y no hay mejor ni peor, pues con la gente que tropiezo,
sufren del mismo dolor, están igual, el mismo dolor.
No hay mejor ni peor, si estás quieto o en movimiento,
sufres el mismo dolor, estás igual, el mismo dolor.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Mario Quintana - Das utopias
Se as coisas são intangíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
(Espelho Mágico)
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
(Espelho Mágico)
domingo, 25 de outubro de 2009
Luís Quintais - Ética
Vou falhando as pequenas coisas
que me são solicitadas.
Sentindo que as ciladas
se acumulam cada vez que falo.
Preferi hoje o silêncio.
A ausência de equívocos
não é partilhável.
No inegociável deste dia,
destituo-me de palavras.
O silêncio não se recomenda.
Deixa-nos demasiado sós,
visitados pelo pensamento.
que me são solicitadas.
Sentindo que as ciladas
se acumulam cada vez que falo.
Preferi hoje o silêncio.
A ausência de equívocos
não é partilhável.
No inegociável deste dia,
destituo-me de palavras.
O silêncio não se recomenda.
Deixa-nos demasiado sós,
visitados pelo pensamento.
sábado, 24 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Hilda Hilst - Cantares do Sem Nome e de Partidas
Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só só em ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só só em ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Rute Galvão - Inspiro uma flor
Inspiro uma flor
Primaveril
Inspiro o ar morno
Reconfortante
Inspiro o teu fôlego
Tépido
Expiro um verso
Inspiro outro
Respiro palavras
Ofegantes de sentidos
Vividos
Imaginados
Sonhados
Exalo um poema
Respiro
Vidas imaginadas
Sonhos vividos
Inspiro
Existências inspiradas
Primaveril
Inspiro o ar morno
Reconfortante
Inspiro o teu fôlego
Tépido
Expiro um verso
Inspiro outro
Respiro palavras
Ofegantes de sentidos
Vividos
Imaginados
Sonhados
Exalo um poema
Respiro
Vidas imaginadas
Sonhos vividos
Inspiro
Existências inspiradas
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
RAFAEL ALBERTI - "À paleta"
A ti, infinita face, chão semeado
onde ceifa o pincel, resume, amassa
e onde entre cor, luzes e sombras, passa
de mar radioso a um tempo então nublado.
A ti, poço e coberta, onde assomado
medita, vem e vai, mede, compassa;
fronte na mão pousada que ultrapassa
teu ver de Polifemo enamorado.
A ti, asa redonda, leque, escudo,
espelho que ao vestir queda desnudo
a superfície novamente pura.
Em ti a visão se apura assim que nasce.
Teu firmamento o arco-íris pasce,
A ti, leito e cadinho da Pintura.
onde ceifa o pincel, resume, amassa
e onde entre cor, luzes e sombras, passa
de mar radioso a um tempo então nublado.
A ti, poço e coberta, onde assomado
medita, vem e vai, mede, compassa;
fronte na mão pousada que ultrapassa
teu ver de Polifemo enamorado.
A ti, asa redonda, leque, escudo,
espelho que ao vestir queda desnudo
a superfície novamente pura.
Em ti a visão se apura assim que nasce.
Teu firmamento o arco-íris pasce,
A ti, leito e cadinho da Pintura.
domingo, 18 de outubro de 2009
Cesariny - lembra-te
Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
sábado, 17 de outubro de 2009
Jorge Luis Borges - Antelación del Amor
Ni la intimidad de tu frente clara como una fiesta
ni la privanza de tu cuerpo, aún misterioso y tácito y de niña,
ni la sucesión de tu vida situándose en palabras o acallamiento
serán favor tan persuasivo de ideas
como el mirar tu sueño implicado
en la vigilia de mis ávidos brazos.
Virgen milagrosamente otra vez por la virtud absolutoria del sueño,
quieta y resplandeciente como una dicha en la selección del recuerdo,
me darás esa orilla de tu vida que tú misma no tienes,
Arrojado a la quietud
divisaré esa playa última de tu ser
y te veré por vez primera quizás como Dios ha de verte,
desbaratada la ficción del Tiempo
sin el amor, sin mí.
ni la privanza de tu cuerpo, aún misterioso y tácito y de niña,
ni la sucesión de tu vida situándose en palabras o acallamiento
serán favor tan persuasivo de ideas
como el mirar tu sueño implicado
en la vigilia de mis ávidos brazos.
Virgen milagrosamente otra vez por la virtud absolutoria del sueño,
quieta y resplandeciente como una dicha en la selección del recuerdo,
me darás esa orilla de tu vida que tú misma no tienes,
Arrojado a la quietud
divisaré esa playa última de tu ser
y te veré por vez primera quizás como Dios ha de verte,
desbaratada la ficción del Tiempo
sin el amor, sin mí.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Gastão Cruz - O Caos do Sonho
Estou deitado no sonho não
perturbes o caos que me constrói
Afasta a tua mão
das pálpebras molhadas
Debaixo delas passa
a água das imagens
in "Órgão de Luzes"
perturbes o caos que me constrói
Afasta a tua mão
das pálpebras molhadas
Debaixo delas passa
a água das imagens
in "Órgão de Luzes"
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Camilo Pessanha - ESTÁTUA
Cansei-me de tentar o teu segredo:
No teu olhar sem cor, - frio escalpelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.
Segredo dessa alma e meu degredo
E minha obsessão! Para bebê-lo
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.
E o meu ósculo ardente, alucinado,
Esfriou sobre mármore correcto
Desse entreaberto lábio gelado:
Desse lábio de mármore, discreto,
Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.
No teu olhar sem cor, - frio escalpelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.
Segredo dessa alma e meu degredo
E minha obsessão! Para bebê-lo
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.
E o meu ósculo ardente, alucinado,
Esfriou sobre mármore correcto
Desse entreaberto lábio gelado:
Desse lábio de mármore, discreto,
Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Orlando Neves - Pandora
De repente,
o corpo da mulher fulgura,
pupila de deus,
punhal ou bico,
sede que chama.
Pára em mim e deslumbra
— nula possibilidade
da lucidez.
in "Lamentação em Cáucaso"
o corpo da mulher fulgura,
pupila de deus,
punhal ou bico,
sede que chama.
Pára em mim e deslumbra
— nula possibilidade
da lucidez.
in "Lamentação em Cáucaso"
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Cecília Meireles - Motivo Da Rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
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