quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Primo Levi - Chegada
Feliz o homem que chega a um porto
Deixando para trás mares e tempestades,
Cujos sonhos estão mortos ou não nasceram,
E se senta e bebe na cervejaria de Bremen,
Feito o caminho, agora em paz.
Feliz o homem que é apagada chama,
Feliz o homem que é areia no estuário,
Que largou a carga e enxugou a fronte
E descansa à beira do caminho.
Não teme nem deseja nem espera,
Apenas olha fixamente o sol a pôr-se.
Deixando para trás mares e tempestades,
Cujos sonhos estão mortos ou não nasceram,
E se senta e bebe na cervejaria de Bremen,
Feito o caminho, agora em paz.
Feliz o homem que é apagada chama,
Feliz o homem que é areia no estuário,
Que largou a carga e enxugou a fronte
E descansa à beira do caminho.
Não teme nem deseja nem espera,
Apenas olha fixamente o sol a pôr-se.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Eugénio de Andrade - Rotina
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Luís Quintais – Riscava a Palavra Dor No Quadro Negro
O que podemos projectar
que não seja o desenho
do nosso futuro incompleto?
Tudo é revisitação nessa caixa escura
onde células se movem e se escutam
mutuamente, como se esperassem
por um acontecimento primeiro,
uma revelação atenta do sangue
e do plasma, da música que te fez cego
e que trouxe as enumerações do sensível,
a evidência de uma cor extrema queimando
os signos e a gramática desenhada.
O que podemos projectar agora?
que não seja o desenho
do nosso futuro incompleto?
Tudo é revisitação nessa caixa escura
onde células se movem e se escutam
mutuamente, como se esperassem
por um acontecimento primeiro,
uma revelação atenta do sangue
e do plasma, da música que te fez cego
e que trouxe as enumerações do sensível,
a evidência de uma cor extrema queimando
os signos e a gramática desenhada.
O que podemos projectar agora?
domingo, 20 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Javier Galarza - ARQUITECTA
como duele
esta impensada calma
esta perfecta geometría
esta arquitectura
esta precisión
con la que lentamente
construyes
un mundo sin mí
esta impensada calma
esta perfecta geometría
esta arquitectura
esta precisión
con la que lentamente
construyes
un mundo sin mí
quarta-feira, 16 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
domingo, 13 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Cecília Meireles
Encostei-me a ti,
sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem
depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar,
quando caí.
sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem
depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar,
quando caí.
terça-feira, 8 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
Casimiro de Brito - DEITADO NA AREIA
Horas e horas deitado na areia caído
Na praia
Ou por algum braço arremasado. Pouco a pouco
Deixei de sentir os grãos finíssimos
Colarem-se-me à pele. Deixei de ver
O céu que meus olhos olhavam.
As primeiras ondas que me tocaram os pés
Ainda as senti − bocas minúsculas
Bebendo meu sangue silencioso.
Mas as segundas já não eram frias nem quentes já não
Eram
Suaves nem ríspidas já não possuíam
Lábios nem dentes. E nada sei
Das seguintes como nada já sabia
Da areia nem do sal nem dos bichos que passavam
Por cima do meu corpo depois de terem passado
Pelo corpo da areia.
Durante algum tempo durante a rigorosa eternidade
De um momento
Foi como se eu fosse também areia mar e sol
E talvez eu tenha sido
Areia sol e mar. O resto
É vento.
Na praia
Ou por algum braço arremasado. Pouco a pouco
Deixei de sentir os grãos finíssimos
Colarem-se-me à pele. Deixei de ver
O céu que meus olhos olhavam.
As primeiras ondas que me tocaram os pés
Ainda as senti − bocas minúsculas
Bebendo meu sangue silencioso.
Mas as segundas já não eram frias nem quentes já não
Eram
Suaves nem ríspidas já não possuíam
Lábios nem dentes. E nada sei
Das seguintes como nada já sabia
Da areia nem do sal nem dos bichos que passavam
Por cima do meu corpo depois de terem passado
Pelo corpo da areia.
Durante algum tempo durante a rigorosa eternidade
De um momento
Foi como se eu fosse também areia mar e sol
E talvez eu tenha sido
Areia sol e mar. O resto
É vento.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
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