domingo, 24 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
José Antonio Muñoz Rojas - A felicidade
A felicidade, o que é a felicidade? (A palavra
não me deixa feliz, diga-se de passagem). Eu diria
que é simplesmente ir contigo pela mão,
parar um instante porque um odor nos chama,
uma luz nos percorre, algo que nos aquece
por dentro e nos faz pensar que não é a vida
que nos leva, mas antes que a vida somos nós
e que viver é isso, simplesmente isso.
Tradução A.M.
não me deixa feliz, diga-se de passagem). Eu diria
que é simplesmente ir contigo pela mão,
parar um instante porque um odor nos chama,
uma luz nos percorre, algo que nos aquece
por dentro e nos faz pensar que não é a vida
que nos leva, mas antes que a vida somos nós
e que viver é isso, simplesmente isso.
Tradução A.M.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Josefa Parra - O excesso
Hei-de beber-te com goles pequeninos,
soletrar as frases, fazer alto
depois de cada encontro,
fechar os livros das confidências,
amar-te devagarinho, distanciando
os beijos como ilhas.
(Trad. A.M.)
soletrar as frases, fazer alto
depois de cada encontro,
fechar os livros das confidências,
amar-te devagarinho, distanciando
os beijos como ilhas.
(Trad. A.M.)
domingo, 26 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
José Agustín Goytisolo - Segredo
Antes eu não sabia
porque é que se deve
- dia após dia –
andar sempre em frente
como se diz até
o corpo aguentar.
Agora sei.
Se vieres comigo
digo-te.
Tradução A.M.
porque é que se deve
- dia após dia –
andar sempre em frente
como se diz até
o corpo aguentar.
Agora sei.
Se vieres comigo
digo-te.
Tradução A.M.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
KARMELO C. IRIBARREN - Não há mais nada
A princípio
queres mudar
o mundo,
no fim
contentas-te
com deixar de fumar.
Não há mais nada,
assim cómico
e assim trágico.
(Trad. A.M.)
queres mudar
o mundo,
no fim
contentas-te
com deixar de fumar.
Não há mais nada,
assim cómico
e assim trágico.
(Trad. A.M.)
terça-feira, 21 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Alberto de Serpa - TÉDIO
Há instantes tão longos,
há horas tão monótonas,
há dias tão pesados,
que perdoamos à vida
só porque vai passando...
há horas tão monótonas,
há dias tão pesados,
que perdoamos à vida
só porque vai passando...
domingo, 19 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Cecília Meireles - CANÇÃO MÍNIMA
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Su Dong Po - Sobre a pintura de um ramo florido "Primavera Precoce"
Quem disse que a pintura deve parecer-se com a realidade?
Quem o disse vê com olhos de não entendimento
Quem disse que o poema deve ter um tema?
Quem o disse perde a poesia do poema
Pintura e poesia têm o mesmo fim:
Frescura límpida, arte para além da arte
Os pardais de Bain Lun piam no papel
As flores de Zhao Chang palpitam
Porém o que são ao lado destes rolos
Pensamentos-linhas, manchas-espíritos?
Quem teria pensado que um pontinho vermelho
Provocaria o desabrochar da primavera?
Quem o disse vê com olhos de não entendimento
Quem disse que o poema deve ter um tema?
Quem o disse perde a poesia do poema
Pintura e poesia têm o mesmo fim:
Frescura límpida, arte para além da arte
Os pardais de Bain Lun piam no papel
As flores de Zhao Chang palpitam
Porém o que são ao lado destes rolos
Pensamentos-linhas, manchas-espíritos?
Quem teria pensado que um pontinho vermelho
Provocaria o desabrochar da primavera?
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Alberto de Serpa - Tédio
Há instantes tão longos,
há horas tão monótonas,
há dias tão pesados,
que perdoamos à vida
só porque vai passando...
há horas tão monótonas,
há dias tão pesados,
que perdoamos à vida
só porque vai passando...
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Miguel Manso - NA MORTE DA AVÓ
não bastasse a humilhação pública de morrer
espera-se do corpo que cumpra com indiscutível
pompa o intolerável protocolo de ausentar-se
a penosa execução circular e nocturna do velório
a presença inconveniente dos agentes funerários
os adereços lutuosos a obscena maquilhagem
no dia seguinte, o inventário das orações, a concisa
cerimónia (não há muito a dizer, sejamos honestos
e soa até a insulto que se pronuncie o nome de
Lázaro) o caixão é fechado, o dia põe-se bonito
– é quase tão imoral como alguém ter trazido uma
gravata com motivos facetos, uma camisa florida –
depois, em casa, parece que as vozes ressoam como numa
sala a que tivessem subtraído os móveis e houvesse, por isso
a estranheza de uma extensão desprovida, dissemelhante
o avô vai buscar as memórias da infância (por que
razão obscura omite ele as lembranças de casado?) há
na sua voz qualquer coisa de paciente melancolia
como se aceitasse, com constrangedora submissão, que
o tempo não se detenha nunca, que os anos nos empurrem
para um buraco na terra, nos sujeitem a tão bruta descortesia
a prontidão da morte, a ligeireza do tempo, a estupidez
da vida que nunca vai encontrar cura e razão para ela própria
contra tudo isso eu alardeio o poema, antecipo a derrota
( In Santo Súbito, seu último livro )
espera-se do corpo que cumpra com indiscutível
pompa o intolerável protocolo de ausentar-se
a penosa execução circular e nocturna do velório
a presença inconveniente dos agentes funerários
os adereços lutuosos a obscena maquilhagem
no dia seguinte, o inventário das orações, a concisa
cerimónia (não há muito a dizer, sejamos honestos
e soa até a insulto que se pronuncie o nome de
Lázaro) o caixão é fechado, o dia põe-se bonito
– é quase tão imoral como alguém ter trazido uma
gravata com motivos facetos, uma camisa florida –
depois, em casa, parece que as vozes ressoam como numa
sala a que tivessem subtraído os móveis e houvesse, por isso
a estranheza de uma extensão desprovida, dissemelhante
o avô vai buscar as memórias da infância (por que
razão obscura omite ele as lembranças de casado?) há
na sua voz qualquer coisa de paciente melancolia
como se aceitasse, com constrangedora submissão, que
o tempo não se detenha nunca, que os anos nos empurrem
para um buraco na terra, nos sujeitem a tão bruta descortesia
a prontidão da morte, a ligeireza do tempo, a estupidez
da vida que nunca vai encontrar cura e razão para ela própria
contra tudo isso eu alardeio o poema, antecipo a derrota
( In Santo Súbito, seu último livro )
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Paul Éluard - E um sorriso
A noite nunca está completa.
Há sempre, sou eu que o digo,
sou eu que o afirmo,
no fim do desgosto
uma janela aberta,
iluminada,
há sempre um sonho velando,
desejo a matar, fome a satisfazer,
um coração generoso,
uma mão estendida, aberta,
uns olhos atentos,
uma vida, a vida a partilhar.
Tradução A.M.
Há sempre, sou eu que o digo,
sou eu que o afirmo,
no fim do desgosto
uma janela aberta,
iluminada,
há sempre um sonho velando,
desejo a matar, fome a satisfazer,
um coração generoso,
uma mão estendida, aberta,
uns olhos atentos,
uma vida, a vida a partilhar.
Tradução A.M.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
Rui Lage - les baigneuses
nas margens do rio depois de jantar
um vulto equipado de isqueiro
e tabaco de enrolar
passa a pente fino cabelos
que as casas deitam nas águas
com fachadas anoitecidas
e postigos iluminados,
quais do banho saídas
ou das telas de Degas
níveas mulheres de robe
e turbante a fumegar.
um vulto equipado de isqueiro
e tabaco de enrolar
passa a pente fino cabelos
que as casas deitam nas águas
com fachadas anoitecidas
e postigos iluminados,
quais do banho saídas
ou das telas de Degas
níveas mulheres de robe
e turbante a fumegar.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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